Plutão


  • Raça: Deus Olímpico-ctônico (Cronida)
  • Aspectos: Deus das riquezas; Rei do Submundo.
  • Cônjuge: Proserpina (Perséfone)
  • Filiação: Cíbele e Saturno
  • Descendentes: Macária.
  • Aliados: Nix; Orcus; Hípnos; Ares; Hécate; Baco.
  • Plantas relaccionadas: Menta; olíbano; romã; buxo; papoula; narciso; figo; açafrão-da-terra; açafrão; álamo; calêndula; anis; arruda.
  • Atributos e símbolos: Elmo de Invisibilidade; túnica preta; bidente (cetro de duas pontas).

Plutão, também chamado pelo nome grego de Hades, é o rei do mundo dos mortos. Desde que seu irmão, Júpiter, obrigou seu pai a vomitá-lo e a seus irmãos, Plutão se aliou a seu irmão junto aos outros irmãos numa luta contra os Titãs (ver a postagem Titanomaquia). Plutão recebeu o elmo de invisibilidade dos ciclopes, apos ele e seus irmãos os libertarem. Seu nome latino, Plutão, significa "riqueza" (por ser o senhor das profundezas, onde há muitos metais e pedras preciosas), e seu nome grego, Hades, significa "invisível". Também é chamado de Necrodegmon (recebedor dos mortos) e muitos outros epitetos, pois temiam dizer o seu nome, era um tabu, assim como muitos cristãos temem dizer os diversos nomes de Satã (divindade cristã do mal).

Hades aparece em diversos mitos, o mais conhecido deles é o do rapto de Proserpina, onde conta o surgimento das estações do ano. Plutão, cansado de viver sozinho em seu palácio no Submundo, resolve se unir com uma Deusa, mas nenhuma delas queria viver eternamente nas trevas do mundo Inferior. Plutão viu um dia a bela Proserpina, filha de Ceres, colhendo flores com as ninfas Oceânides. Ele então aparece diante dela vindo de uma fenda no chão, em sua carroagem puxada por cavalos negros. Plutão então a rapta e a leva consigo para as profundezas. Ceres ficou desesperada por não encontrar a filha. Vagou por toda a Terra a procura dela, esquecendo seu papel como Deusa da agricultura, fazendo com que a terra fique infertil. Na cidade de Elêusis, Ceres ensinou aos mortais o segredo dos ciclos, os segredos da morte e do renascimento, gerando uma grande seita mística conhecida como "Mistério de Elêusis".
Hécate e o Sol ajudam Ceres a encontrar a filha, até que descobrem que ela está com seu irmão Plutão nas profundezas da Terra. Ceres então pede a ajuda de seu outro irmão, Júpiter, para obrigar Plutão a devolvê-la. O senhor do Submundo aceita, porém se Proserpina haver comido algo de seu mundo, ela terá que permanecer. Proserpina havia comido algumas sementes de romã, então Plutão e sua irmã Ceres fazem um acordo: Proserpina passa três meses com Plutão, e o resto do ano com a mãe. E durante esses três meses, Ceres se entristece por não ter a filha por perto, fazendo com que venha o período infertil da terra (inverno).
Hades e seu cão de três cabeças, Cérbero

Há muitos outros mitos referentes a Plutão. Um dos mitos é o da morte de Esculápio, filho de Apolo. Esculápio era um médico, que teve a fama de Deus pelo que fez de útil na vida. Ele era tão bom médico, que muitos deixavam de morrer, fazendo com que o reino de Plutão ficasse quase vazio. Plutão furioso pede para Júpiter matá-lo. Júpiter, percebendo que realmente está desequilibrando a ordem natural das coisas, atende as súplicas do irmão, matando Esculápio. Apolo furioso ataca os ciclopes, que são responsáveis pela fabricação das armas do Olimpo. Júpiter pune Apolo como escravo na Tessália por um ano.
No mito de Perseu, o herói recebeu, dentre muitos atributos divinos, o elmo de invisibilidade de Plutão.
No mito de Orfeu, este perdeu a esposa Eurídice, que fora picada por uma cobra. Ele desceu às profundezas e diante do trono de Plutão e Proserpina entoou um canto tão belo e fascinante que até os espíritos se comoveram. Plutão, comovido, traz de volta à vida sua esposa Eurídice, com a condição de que Orfeu não a olhe até saírem do Submundo. Infelizmente Orfeu a olha e a alma de sua amada retorna às profundezas.

Plutão é muito mal visto pela sociedade actual, e pela mídia, porém Plutão não é um Deus malígno, ele é tão neutro quanto os seus outros irmãos. Na minha opinião, Plutão é o mais generoso de seus irmãos homens. O facto de Plutão ser o Deus do Submundo, assusta muitas pessoas, porém devemos ter conhecimento da morte, temos que ter conhecimento desse grande mistério, que é o ciclo do espírito. Antes do espirito reencarnar, ele ganha suas recompensas, se foi bom na vida, ou suas punições, se foi mal na vida. Plutão não nos concede apenas punição, ele também nos dá recompensas depois da morte, mas para isso, precisamos ser virtuosos durante a vida.

    6 comentários:

    1. Muito bom seu blog. Concordo contigo quanto à descrição sobre Hades.

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    2. Ele é mal visto pela sociedade atual por conta do cristianismo que vincula o submundo e a morte à maldade e ao capeta.

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    3. Hino órfico a Haídês traduzido do espanhol:

      XVIII. A PLOÚTÔN

      Oh iracundo habitante da mansão subterrânea, e da tartárea pradeira sombria e sem luz; Zeús infernal que empunhas o cetro, recebe complacente estes sacrifícios. Ploútôn, que possuis as chaves de toda a terra e enriqueces ao gênero humano com as colheitas anuais e que, como terceiro lote, recebestes a soberania do mundo subterrâneo. Alicerce dos imortais e poderoso sustento dos mortais, tu, que fixastes teu trono na sombria e longínqua região: o distante, o incansável, calmo e infinito Haídês e o obscuro Akhérôn que possui as raízes da terra. Tu, que dominas aos mortais pela morte, Eúboulos, que podes acolher a muitos; que, em seu momento, seduziste a filha da pura Dêmétêr, arrebatando-a do prado e a levastes através do mar a cova da Attiké, na demos (cidade) de Eleusís, onde estão as portas do Haídês. Tu és o único juiz dos atos visíveis e invisíveis. Inspirado pelo delírio divino, todopoderoso, sacratíssimo, receptor de esplendidas honras, que te regozijas com teus veneráveis sacerdotes e com as piedosas venerações. Eu te convido para que venhas propício e alegre para teus iniciados.

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    4. Hino órfico as Erinýes ou Eumênídes, consideradas as vezes como filhas de Zeús e Persephónê, ou Haídês e Persephónê, mas também podem ser filhas do sangue divino (ikhór) de Ouranós sobre Gaía ou sobre Nýx:

      LXIX. AS ERINÝES

      Odorosa resina de incenso, grãos de incenso

      Escutem-me, augustas deusas, trovejantes, que lançais os rituais gritos, Tisiphónê, Alêktó e divina Mégaira. Noturnas, clandestinas, que tens vossa residência nas profundezas, em uma cova sombria, junto à sagra¬da água de Stýx, e vos encolerizais contra os ímpios projetos dos mortais; raivosas, arrogantes, que lan¬çais alegres gritos impulsionadas por Anánkê (Necessidade), vestindo selvagens péplos. Vingadoras, robustas, vítimas de uma pro¬funda dor, que morais na região subterrânea de Haí¬dês, temíveis donzelas, de variadas formas, aéreas, invisíveis, velozes como o pensamento, porque nem as céleres chamas do sol ou da lua, nem o esplendor da sabedoria, da virtude, nem de uma arriscada empresa, feita com agra¬do, nem tampouco o de uma vida em seu pleno vigor, ou seja, de uma formosíssima juventude, suscita os prazeres da vida sem vossa ajuda. Mas sobre as infinitas tribos de todos os mortais sempre o olhar de Díkê sua ação exerce, porque juízes constantes sois. Mas, veja, deusas do destino, que tens serpentes por cabelos, polimorfas, mudem meu modo de pensar de vida por um moderado e suave.

      LXX. AS EUMÊNÍDES

      Incenso odoroso

      Escuta-me, renomeadas Eumênídes, com benévola vontade, castas filhas do grande Zeús Khthónios e de Persephónê, a agradável donzela de formosos laços, que vigiais a vida de todos os mortais ímpios e, sujeitas a Anánkê (Necessidade), castigais aos injustos; soberanas de pele escura, de cujos olhos saem vivos resplendores, terríveis reflexos e uma luz que destrói os corpos. Eternas, de terrível rosto, espantosas, soberanas, que debilitais os membros com vosso furor, horríveis, noturnas, que tens em vossas mãos o destino de muitos. Donzelas que vos moveis na noite, com serpentes a modo de cabelos e com um rosto que infunde espanto. Peço-vos que vos aproximeis com piedosos pensamentos.

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    5. Hino órfico a Melinóê, deusa dos fantasmas e assombrações, geralmente filha de Zeús e Persephónê.

      LXXI. A MELINÓÊ

      Incenso odoroso

      Invoco a Melinóê, donzela infernal de péplos cor de açafrão, a que deu à luz, na desembocadura do Kôkytós, a venerável Persephónê no sagrado leito do Kronídês Zeús. Enganou este a Ploútôn e se uniu a ela com perfídia falaz, e em seu furor rasgou a pele de duas cores de Persephónê, que lança aos mortais a loucura com seus fantasmas aéreos, pois se manifesta caracterizada em uma figura de aparência impressionante, umas vezes a vista de todos, outras em meio às sombras, ou também brilhando na escuridão, mediante contatos hostis na noite tenebrosa. Mas, veja, deusa, soberana infernal, te suplico que envies o desvario da alma aos confins da terra e mostra um rosto amável e piedoso a teus iniciados.

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    6. Detesto quando falam mal de Plutão/Hades isso me lembra o cristianismo. Plutão tem muitos outros atributos, também é sábio, senhor das riquesas do subsolo e da germinação é protetor. esse arquétipo precisa ser bem, mais trabalhado.

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