Ventos

Os ventos são Deuses primordiais. Diz-se que todos os ventos são manifestações do Deus vento primordial Éolo (daí deriva-se a palavra eólico). São considerados filhos de Eós (a Aurora) e Astreu, ou são considerados ainda mais antigos, filhos de Gaia (a Terra) e Urano (o Céu). As versões são diversas, mas o que realmente importa é que são divindades dos ventos.
Em grego se chamavam Anemoi, que significa "vento", mas do mesmo modo significa "alma", eles associavam a alma ao sopro divino. O mesmo ocorre no latim, com a palavra Anima.
 Os ventos são representados com asas e/ou soprando. São quatro os ventos cultuados, representando cada um uma direção geográfica e o "clima" que manifesta. Suas características são diferentes no hemisfério norte e no hemisfério sul, por motivos geográficos. Então, para caracterizar um vento, inverta suas posições geográficas se estiver no hemisfério sul.
Os ventos determinam também as posições meridionais. Tanto que muitos dos nomes dos ventos são associados, hoje, com posições geográficas (Boreal, austral, setentrional, etc). Resumindo, os ventos simbolizam os quatro cantos do Mundo Físico.

"Puro Zéfiro amoroso, abre as asas lisonjeiras, e entre as folhas das mangueiras vai saudoso adormecer." – Silva Alvarenga



Bóreas
  • Raça: Deus Primordial
  • Aspectos: Deus do vento norte; Deus do vento frio.
  • Cônjuge: Orítia.
  • Filiação: Eós e Astreu
  • Descendentes: Zetes; Calais; Aura; Quione
  • Aliados: Zéfiro; Eurus; Nótus; Saturno; Proserpina; ninfas da terra.
  • Plantas relaccionadas: Abeto; pinho; azevinho; cedro; cevada; cipreste; patchuli; tulipa.

Bóreas é um vento furioso, encarregado de trazer o frio e o inverno. Ele é casado com a princesa ateniense Orítia, segundo os mitos, e com ela teve dois filhos, Calais e Zetes, e duas filhas, Aura e Quione. Em Roma era chamado de Setentrião.


Zéfiro
  • Raça: Deus Primordial
  • Aspectos: Deus do vento oeste; Deus do vento suave.
  • Cônjuge: Clóris
  • Filiação: Eós e Astreu
  • Descendentes: Não possui.
  • Aliados: Bóreas; Eurus; Nótus; Selene; Diana; ninfas da água.
  • Plantas relaccionadas: Jacinto; girassol; carvalho; hibisco; jasmim; olmo; sândalo.

Zéfiro é um vento suave, encarregado de trazer a primavera. É casado com Clóris (a Primavera). Ele amou o príncipe espartano Jacinto, e o cortejava. Contudo, ao mesmo tempo Apolo também o amava e cortejava. Jacinto, porém, escolheu o amor de Apolo. Um dia, Apolo lançava discos com Jacinto, mas nesta vez Zéfiro soprou o disco, voltando-o para o rapaz. O disco acertou Jacinto na cabeça, fanzendo-o morrer. Com o seu sangue, apolo criou uma planta no qual nomeou de "Jacinto".
Zéfiro

Eurus
  • Raça: Deus Primordial
  • Aspectos: Deus do vento leste; Deus das tempestades.
  • Cônjuge: Não possui.
  • Filiação: Eós e Astreu
  • Descendentes: Não possui.
  • Aliados: Bóreas; Zéfiro; Nótus; Hélio; Apolo; elementais do ar.
  • Plantas relaccionadas: Olíbano; acácia; cravo-da-índia; gardênia; bálsamo; romã.

Eurus é um vento violento, responsável pelas tempestades, sobretudo no mar. Também é responsável por trazer chuva.


Nótus
  • Raça: Deus Primordial
  • Aspectos: Deus do vento sul; Deus do vento quente.
  • Cônjuge: Não possui.
  • Filiação: Eós e Astreu
  • Descendentes: Não possui.
  • Aliados: Bóreas; Eurus; Zéfiro; Têmis; Minerva; elementais do fogo.
  • Plantas relaccionadas: Teixo; mirra; açafrão; louro; oliva; açafrão-da-terra; gengibre.

Nótus é um vento calmo, encarregado de trazer o verão e o calor. Em Roma era chamado de Austro.

Um comentário:

  1. Hino órfico aos Anémoi traduzido do espanhol:

    LXXX. A BORÉAS

    Incenso odoroso

    Gélido Boréas que, com teus sopros tempestuosos, promoves os profundos vendavais do mundo. Vem da nevosa Thrákê e elimina o alvoroço que provocam as nuvens com o ar carregado de umidade e agita a água que gera a chuva para conseguir o líquido elemento, deixando todo o ar puro e originando um firmamento cheio de frescor, tal como brilham os raios do sol sobre a terra.

    LXXXI. A ZÉPHYROS

    Incenso odoroso

    Brisas de Zéphyros que tudo gerais e marchais pelo ar, de doce sopro, sussurrantes, que possuis a calma da morte. Primaveris, que vos moveis pelo prado, desejadas pelos ancoradouros, porque cômodo porto e ligeira brisa contribui as naves. Venham, por favor, propicias, soprando sem pudor, pelo ar, invisíveis, muito ligeiras e em aéreas aparências.

    LXXXII. A NÓTOS

    Incenso odoroso

    Em salto ágil, através do ar úmido, e com o impulso de tuas velozes asas por onde quer, vem, te rogo, gerador de chuva, com as nuvens meridionais, pois este presente que vai pelo ar te deu Zeús: enviar a terra, desde o céu, as nuvens geradoras de água. Portanto, te suplicamos, afortunado, que, alegre com nossos sacrifícios, envies a mãe Gaía as chuvas que nutrem as colheitas.

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