Cíbele

  • Raça: Titânide (Urânida)
  • Aspectos: Deusa da fertilidade; Deusa da terra; Deusa dos ciclos; Deusa da Natureza.
  • Cônjuge: Saturno (Cronos)
  • Filiação: Gaia e Urano
  • Descendentes: Vesta (Héstia); Neptuno (Poseidon); Ceres (Deméter); Plutão (Hades); Juno (Hera); Júpiter (Zeus).
  • Aliados: Titãs; Fauno; Vênus; Ceres; Proserpina; Baco; Juno.
  • Plantas relaccionadas: Cereais; urze; carvalho; parreira; verbena; pachuli; hibisco, romãzeira.
  • Atributos e símbolos: Leão, coroa de muralhas, cornucópia.
  • Festival romano:  4 a 10 de Abril

Cíbele é Deusa da terra, da fertilidade, dos ciclos e seus mistérios. Embora considerada equivalente a Deusa grega Réia, possui um culto distinto e anterior à ela. Seu culto começou na Frígia, e foi mais tarde assimilado pelos romanos. Em seu culto primitivo, Cíbele era mãe e amante de Átis, onde havia entre eles um ciclo de nascimento, morte e renascimento, associado ao ciclo da Terra. Seu culto também era associado a menstruação, que tem relacção com o ciclo da Terra. Quando Cíbele foi cultuada em Roma, os romanos lhe assimilaram à Deusa Réia.

Há muita semelhança de Cíbele com Réia, como a coroa de muralhas, os leões e sua imagem esculpida, freqüentemente, sentada num trono. Portanto podemos dizer que Réia e Cíbele são a mesma Deusa, a Deusa mãe dos primeiros Deuses Olímpicos, a Titânide filha do Céu e da Terra, a nossa mãe divina.
Em Roma festejava-se, em sua honra, a Megalésia (4 a 10 de Abril), em que festejavam com jogos e representações teatrais.
Segundo os escritos gregos do poeta Hesíodo, quando seu marido, Saturno, se tornou líder do Universo, ele passou a engolir todos os filhos que gerava com Cíbele. O tempo foi passando até que ele engoliu cinco filhos. Quando o sexto filho nasceu, Cíbele pediu a ajuda de sua mãe, Gaia, para que o sexto bebê sobreviva. Então, com o apoio de Gaia, Cíbele entregou a Saturno uma rocha enrolada num pano, parecendo um bebê, e o fez engolir a rocha.
O sexto bebê é Júpiter (Zeus), que foi criado pelas ninfas e amamentado pela cabra Almatéia. Quando creceu, Júpiter encontrou Saturno, e lhe entregou um elixir para que ele vomite os filhos que engolira. Os cinco filhos saíram inteiros, e fizeram um motim para destronar Saturno e sua corja. Durante a guerra entre Deuses Olímpicos e Titãs, Cíbele ficou a favor dos filhos, que venceram e imporam uma nova ordem no Universo.

Em termos de dualismo divino, Cíbele (Réia) e Saturno (Cronos) formam uma dualidade. Podemos dizer que Cíbele é o espaço, a terra, enquanto Saturno é o tempo. Na ausência deste divino casal, não haveria a história, a existência seria em vão. O tempo e o espaço coexistem. O espaço, neste sentido, abriga todos os seres, Cibele é nossa divina mãe. Junto com o tempo o espaço se modifica, mostrando sua característica cíclica.

Um comentário:

  1. Hino órfico a Rheía chamada de Mêtrós Theón (mãe dos deuses):

    XIV. A RHEÍA

    Incenso aromático

    Soberana Rheía, filha do multiforme Prôtogónos, que diriges um carro de sagradas rodas entre assassinos de touros, em meio do ruído do tambor, embargada pelo delírio de teu ritual festivo, donzela que te moves entre o estrondo dos címbalos. Mãe do soberano Zeús Olýmpios que porta a Aígis; por todos honrada, de singular beleza, afortunada esposa de Krónos, que desfrutas nos montes e entre os gritos estremecedores dos mortais, augusta Rheía, provocadora do báquico tumulto, de sólido caráter. Embusteira, salvadora e liberadora, origem da raça. Mãe dos deuses e dos humanos mortais, pois de ti derivam a terra, o espaçoso céu, nas alturas, no mar e nas correntes de ar; amante da corrida, aeromorfa. Vem, pois, bem-aventurada e salvadora deusa com tua benfeitora vontade, proporcionando-nos a paz juntamente com ditosas bênçãos, e afasta os pesares e o infortúnio aos confins da terra.

    XXVII. A MÊTRÓS THÉÔN

    Variado incenso

    Honorável mãe dos imortais, que a todos ali¬mentas, vem aqui, te rogo, deusa soberana, as súplicas que te dirigimos, senhora, jungindo o veloz carro de que puxam os leões, assassinos de touros. Soberana da ilustre abóboda celeste, renomeada, venerável, que ocupas teu trono no ponto central do universo, porque possuis a terra e ofereces saudáveis alimentos aos mortais. Por ti foi gerado a linhagem dos mortais; a teu poder se submetem sempre os rios e o mar inteiro, Hestía te chamam, te denominam outorgadora de felicidade, porque concedes toda classe de bênçãos aos mortais. Vem, soberana, a cerimônia, tu, que te alegras com o tambor e tudo domas, salvadora de Phrygía, esposa de Krónos, filha de Ouranós, venerável, nutriz, que desfrutas com os delírios báquicos. Vem, pois, alegre, complacente com os atos piedosos.

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